Big Data jurídico: confira quais são as aplicações práticas na advocacia
Muitos departamentos jurídicos e escritórios de advocacia já estão usando o Big Data jurídico para inovar. O que tem ajudado, na análise de dados, é a aplicação de tecnologias no desenvolvimento de soluções capazes de alimentar um grande banco de dados personalizado, ou seja, alimentados de acordo com o que o departamento ou o advogado precisa.
Os profissionais do Direito que operam essas soluções e as colocam em uso protagonizam uma revolução. Inegavelmente, ela é provocada pela possibilidade de realizar verdadeiros diagnósticos e obter resultados reais, de forma ágil e confiável.
A partir do mapeamento de informações próprias ou da concorrência, resultante da aplicação do Big Data, o advogado ou gestor jurídico tem como realizar análises e mensurar diversas informações estratégicas para os clientes que atende e empresas em que atua.
Devido ao uso da ciência de dados, inteligência artificial, aprendizado de máquina e processamento de linguagem natural, atualmente, não há o que não possa ser analisado e medido. Assim, o Big Data torna-se um instrumento necessário. Em suma, sem ele, não há como a advocacia se inserir no mindset de gestão data driven.
Entender as aplicações práticas do Big Data na advocacia é um passo importante. Em virtude de a extração de dados estratégicos ser capaz de transformar uma empresa, tornar o negócio competitivo e elevar a performance.
O Big Data a favor dos escritórios de advocacia
Os escritórios e departamentos de advocacia interessados em compreender profundamente como o uso organizado dos dados são benéficos para a advocacia e de que forma obter maior êxito nas ações estratégicas que envolvem análises só poderão dispor, de fato, de todas as conveniências da tecnologia depois de entender tudo o que ela pode agregar de valor ao Direito.
Análise da probabilidade de ganho
Já há ciência de que existe um grande volume de dados jurídicos à disposição. Sem dúvida, esses dados podem ser organizados de forma a encontrar padrões que ajudam a identificar tendências e ter novas ideias.
Pois, essa é a essência da análise preditiva. Para que haja um jeito fácil de compreendê-la, segue um exemplo: um homem vai viajar e, por causa do overbooking da companhia aérea, ele não consegue embarcar no avião. Em função do transtorno, esse homem decide processar a companhia aérea.
Porquanto, como o advogado pode saber se para esse cliente é melhor aceitar o acordo? Ou deixar o processo tramitar porque o ganho pode ser maior lá na frente?
A resposta é a seguinte: a partir de uma análise no Big Data. A princípio, por esse meio, o advogado consegue extrair informações sobre processos semelhantes ao do cliente, julgados pelo Juízo em que será protocolada a petição. Dessa maneira, ele consegue prever se a ação pode ser vencida pela companhia ou pelo cliente. A partir desse ponto, o advogado pode traçar uma melhor estratégia. Dessa forma, pode conseguir que o cliente se sinta satisfeito com o resultado.
Identificação de tendências de decisões
Os processos contêm muitas informações que são valiosas para os advogados e gestores de departamentos jurídicos. O Big Data consegue localizar as “agulhas no palheiro” por meio de associações, reconhecimento de padrões e identificação de tendências.
Profissionais do Direito podem aproveitar esse suporte dado por soluções tecnológicas. Ele pode ser usado para melhorar os resultados do escritório de advocacia ou do departamento jurídico, nos processos que estão sob sua responsabilidade, a partir da tomada de melhores decisões.
Uma aplicação prática na advocacia, em que a identificação de tendências de decisões pode ser muito útil, é nesta: um grupo de condôminos entra com uma ação judicial. Reclamam que a construtora não cumpriu uma cláusula contratual.
Pela análise de casos semelhantes, o juiz proferirá uma sentença favorável aos condôminos ou à construtora? É uma resposta que pode ser encontrada quando o Big Data está em uso para analisar qual é a predisposição da Justiça brasileira nestes casos.
Projeção de cenários
A projeção de cenários é o que toda pessoa gostaria de poder dispor na vida pessoal. Por que com ela é possível analisar possibilidades e saber qual decisão poderá alcançar maior êxito no trâmite de um processo.
Um exemplo prático e metafórico de como funciona a projeção de cenários é o Waze. Todo advogado que vai deixar o escritório ou a empresa no horário de maior movimento, pode abrir o aplicativo para consultá-lo. Qual dos trajetos possíveis para retornar para casa está com menos trânsito e o fará chegar mais rápido? A partir dessa análise, a decisão é tomada. No fim, um melhor resultado foi alcançado em relação ao trânsito.
Logo, a projeção de cenários pode ser definida como um meio de verificar os possíveis resultados de uma decisão antecipadamente. Ou seja, antes que ela seja tomada de fato. Análise que só é possível ser feita pelo advogado ou gestor do departamento jurídico. Somente esses profissionais é que sabem como quer que se deem os trâmites.