Direito internacional: atuação do advogado brasileiro na internacionalização de empresas
O Brasil ainda representa somente 1,6% do mercado de software mundial, apesar de possuir diversas iniciativas tecnológicas.
A cidade de Florianópolis (SC), por exemplo, possui a maior densidade de startups do país. E uma das grandes dificuldades na internacionalização de empresas locais e nacionais é, justamente, encontrar profissionais do Direito que realizam a parte jurídica da expansão.
O profissional que realiza o direito no exterior para internacionalizar empresas se torna um mediador. Mas, além disso, é importante que o advogado que exerce o direito internacional auxilie na construção e validação da estratégia de internacionalização.
Neste post explicamos quais as funções da advocacia internacional, os processos de internacionalização e a expansão de lawtechs brasileiras no mercado internacional.
Como o advogado pode atuar em outros países na internacionalização de empresas
A internacionalização de uma empresa vai muito além da comercialização de produtos e serviços em outro país. O maior desafio é encontrar parceiros chave que forneçam recursos, conhecimento e soluções necessárias para a atuação internacional.
Profissionais do Direito de países do Mercosul não precisam revalidar o diploma para atuar em membros da comunidade latino-americana. Isso ocorre desde 2004, quando o projeto do Coadem (Conselho dos Colégios e Ordens de Advogados do Mercosul), que regulamenta a atuação de advogados na comunidade latino-americana, foi aprovado.
Apesar de não atuar diretamente nos Tribunais estrangeiros, o advogado brasileiro pode atuar como consultor, junto a um advogado do país em que a empresa está realizando a expansão. É assim que a advocacia internacional se torna tão relevante na internacionalização. Dentro da atuação, estão algumas das atividades importantes que podem ser realizadas pelo profissional:
- Tratados Internacionais;
- Conhecimento da legislação local;
- Estruturação de Operação Internacional;
- Regime Cambial Internacional;
- Regime Trabalhista;
- Regime Migratório;
- Regime Tributário;
- Regime Ambiental;
- Regime Propriedade Intelectual;
- Contratação Estatal.
Quais os processos de internacionalização?
Cada país tem sua peculiaridade legal, tributária e desafios para a validação de um produto. Alguns passos que a empresa deve realizar em conjunto com o advogado que atua com direito internacional são:
- Estudo de mercado: entender quais países se encaixam no modelo de negócio da empresa/produto, conhecer a cultura local, leis e suas especificidades;
- Parceiros locais: no processo de internacionalização, é preciso que tenha alguém no Brasil para dar apoio e facilitar a abertura do caminho no país em prospecção. O advogado brasileiro realiza, então, a ponte com o advogado local, que conhece muito do mercado e da legislação do país. Os dois, em parceria, fazem uma grande diferença na internacionalização.
- Desenvolvimento da marca: é preciso que a empresa/produto tenha presença ativa no país de expansão. Para isso, a aproximação com embaixadas e câmara de comércio, participação em eventos e personalização da estratégia de atuação para cada país;
- Consolidação no mercado: investir no produto com adequações do país que a empresa irá atuar e na expansão da atuação comercial e estabelecimento de operação internacional.
Internacionalização de Lawtechs
Com a experiência e eficiência brasileira perante as instituições da América Latina e Europa na transformação digital do Direito e da Justiça, uma grande oportunidade de expansão se abriu para a internacionalização de Lawtechs nacionais.
Porém, um dos fatores para levar as soluções jurídicas para o exterior é avaliar a similaridade do sistema judiciário do país que receberá a expansão. No Brasil e em todos os países da América do Sul, além de Europa e Ásia, o sistema adotado é o de Civil Law.
Isso significa que a principal fonte de Direito é a legislação, e não os precedentes. As decisões são fundamentadas nos códigos e nas leis, a partir dos quais são formuladas as soluções para cada caso.
Levar as tecnologias nacionais para o exterior com a expertise das mais de 200 lawtechs e legaltechs de 13 diferentes categorias se torna um desafio que, com o auxílio de especialistas em direito internacional, poderá se concretizar.