Legal Summit Floripa discute advocacia e startups na sede da Softplan
A Softplan sediou, no último dia 4 de outubro, o Legal Summit Floripa. O evento, organizado pela startup jurídica The Legal Hub, reuniu estudantes, advogados e operadores do Direito em um dia de imersão no mundo da tecnologia, inovação e startups. Cerca de 150 pessoas prestigiaram as 12 palestras com especialistas.
O Legal Summit Floripa começou com uma fala de Nícolas Fabeni, gestor de parceiros do Legal Hub. Ele abordou o cenário jurídico atual, relacionando com as novas tendências da economia digital. Para Fabeni, a área do Direito já está se transformando para aproveitar as oportunidades desse novo paradigma. Um exemplo é o crescimento do mercado das legaltechs, as startups jurídicas.
“A economia digital não vai impactar apenas os advogados, mas a vida do operador do Direito em geral”, disse Fabeni.
Inovação e tecnologia foram temas
Juiz do Tribunal de Justiça de Santa Catarina e professor universitário, Alexandre Morais da Rosa deu um contexto atual sobre a Lei Geral de Proteção de Dados no Brasil. Para ele, a maioria das empresas ainda não está preparada para quando ela entrar em vigor, em agosto de 2020. Por isso, acredita que o período de adequação ainda terá uma sobrevida depois desta data.
Em seguida, Morais falou dos aspectos práticos dessa lei. Para ele, a LGPD terá consequências diretas no nosso cotidiano, e não apenas para as empresas.
“A LGPD é uma revolução que impacta a nossa vida desde as redes sociais até os grupos de advogados”, disse.
A segunda palestra foi com Maria Queiroz, consultora de Business Intelligence. Foi uma apresentação mais técnica, em que ela abordou os principais conceitos e técnicas da Ciência de Dados, intercalando com sua própria trajetória profissional.
“A ciência de dados é a união de tecnologia, matemática, negócio e design para que se tomem decisões cada vez mais rápidas”, disse.
Guilherme Rosa Santos, CEO da CriptoEscola, ofereceu um panorama sobre as criptomoedas, em especial a bitcoin. Ele falou sobre os diferentes tratamentos que este tipo de ativo financeiro recebe pelo mundo. No Brasil, ainda não há uma regulação clara, embora mais recentemente as criptomoedas devam ser declaradas no imposto de renda.
A primeira etapa do Legal Summit terminou com Luma Jung da Silveira, gerente jurídica na Bzplan. Ela falou sobre investimentos em startups e como esse tipo de empresa se desenvolve. Também deu exemplos dos tipos de inovação promovidos por elas: em ideias inovadoras, produtos, processos, modelos de negócios e marketing. Assim, os profissionais que querem atuar junto, devem situar a startup em alguma dessas categorias para saber quais devem ser os próximos passos.
Palestras continuaram à tarde
A segunda etapa de Legal Summit Floripa começou com aspectos técnicos para a atuação de advogados em startups: propriedade intelectual (por Leila Violin) e contabilidade (por Ingra Ohana de Vargas). Segundo Leila Violin,da IDD Propriedade Intelectual, todo o negócio deve ter pelo menos a sua marca registrada. E entre os tipos e especificidades de registros, ela recomenda fazer um questionamento:
“O que te deixaria muito bravo se visse o concorrente copiando? É isso o que você deve proteger.”
A programação seguiu com a professora Alexandra Candemil abordando a importância de as empresas adotarem o compliance trabalhista. Para ela, o compliance é importante para que as companhias passem a não depender do judiciário nas suas relações com colaboradores, terceirizados, fornecedores, clientes, parceiros e sociedade.
“O compliance é uma estratégia interna para garantir a identidade organizacional e comportamentos éticos”, resumiu.
Depois foi a vez de Paulo de Souza, sócio e assessor da XP Investimentos falar sobre como investir honorários advocatícios. Ele apresentou opções tanto para escritórios e advogados autônomos, de acordo com a finalidade – curto, médio e longo prazo.
Em seguida, André Rodrigues. Para tentar definir qual é o mindset de startup, ele contou um pouco da sua trajetória como fundador e CEO da MobLee. Também apresentou alguns cases de empresas locais que mudaram sua mentalidade e obtiveram sucesso. Assim, startup é “toda organização temporária que busca um modelo de negócios repetível e escalável”, segundo definição de Steve Blank.
Continuando no tema, a palestra seguinte foi com Marcelo Cazado, diretor da Rede de Investidores Anjos da Acate. Ele abordou apresentou os principais conceitos sobre alavancagem de startups e falou sobre como os advogados podem atuar para ajudar seus clientes.
Para finalizar, o advogado Thiago Schutz falou sobre o papel dos operadores de Direito na internacionalização de empresas. Ele ilustrou isso com o case da Involves, empresa de Florianópolis que está expandindo sua atuação na América Latina. Recentemente, esse tema foi apresentado no Mês da Advocacia da OAB-SC, em mesa redonda com participação do diretor de Operações da Softplan, Rodrigo Santos.
The Legal Hub
O Legal Hub é uma startup jurídica voltada para quebrar o engessamento do mercado do Direito. Tem como objetivo desenvolver os profissionais para a nova era da Justiça, marcada por inovação e transformação digital. Faz isso por meio de cursos, eventos e uma plataforma exclusiva que ajuda os advogados a desenvolverem novas habilidades.