Robô advogado

Robô advogado: porque a tecnologia não é uma ameaça

Interpretar leis, analisar processos, gerar petições… O robô advogado surgiu como um auxiliar para atividades repetitivas e desgastantes. 

Entretanto, muitos advogados ainda temem que as tecnologias representem o fim da profissão.  

Adquirir novas habilidades, como a interpretação de dados, é algo que inevitavelmente entrará para a lista de capacidades dos especialistas da área jurídica. 

Para além disso, é importante que os advogados compreendam que a criação de soluções jurídicas está cada vez mais funcional e capaz de ajudar a Justiça brasileira. Tomar a tecnologia como aliada é o passo seguinte para a nova onda de transformação digital. 

Com a chegada da Inteligência Artificial na Justiça e o crescente surgimento de lawtechs, um questionamento recorrente entre os advogados e demais atuantes da área é se o Direito deixará de ser uma atividade exclusivamente humana. 

O que é um robô advogado 

O robô advogado é um dispositivo que utiliza tecnologias como a Inteligência Artificial e a aprendizagem de máquina (machine learning) para executar atividades jurídicas de forma autônoma ou programada. 

Sua aplicação atende tanto ao sistema judiciário quanto aos escritórios de advocacia, cartórios e outras instituições privadas. O uso do robô advogado é destinado a trazer agilidade e eficiência aos processos diários da área.  

Um exemplo é o primeiro robô advogado do mundo, o Ross. Criado pela Ross Inteligences, o robô interpreta os dados que acessa, seleciona trechos importantes dos documentos que analisa e interage com equipes de advogados, respondendo dúvidas e comentando os casos. 

Na prática, o Ross auxilia as equipes jurídicas a encontrarem os melhores dados e argumentos para processos nos quais estão trabalhando.  

Porque a tecnologia não é uma ameaça 

É natural que se crie resistência ao novo. Assim como ocorreu ao trocar a máquina datilográfica pelo computador e quando deixamos o processo físico para adotar o processo digital.

Contudo, é impossível imaginar um mundo sem internet. E apesar da resistência, escrever uma peça processual sem o uso de um computador hoje é inconcebível.  

Em 2017, a 1ª Turma de Ética Profissional do Tribunal de Ética e Disciplina da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil entendeu que existem “complexidades da vida humana” e “inevitáveis interferências de aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais, imprevisíveis e não matemáticos”, que permeiam as interações em sociedade. 

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Ao falarmos de robôs na advocacia, é preciso que se entenda os recursos e os limites de seu uso. Para além do entendimento do TED da OAB paulista, se torna extremamente necessário para o avanço da profissão compreender que o uso de Inteligência Artificial no Direito é um auxílio e não um possível substituto.  

Benefícios no uso do robô advogado 

Ter um aliado tecnológico capaz de auxiliar em atividades repetitivas e difíceis de se realizar “analogicamente” é uma via a se considerar. Com isso, ganha-se tempo de produtividade em funções que envolvem a inteligência e o raciocínio jurídico.  

Elaboração de contratos automatizados, monitoramento de jurisprudências e de movimentações processuais. São algumas das atividades possibilitadas pelo uso das mais diversas tecnologias.   

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No futuro, profissionais que utilizam os robôs vão prosperar ao encontrar eficiência e melhores maneiras de atender seus clientes. Há uma oportunidade de passar mais tempo com os clientes. Além de demonstrar empatia, uma habilidade que os computadores estão longe de ter.