Artigo: SAJ como vantagem competitiva no TJSP

A disparidade de desempenho entre unidades judiciais sempre foi uma realidade na operação dos Tribunais de Justiça. Com a consolidação do processo digital, e em particular a universalização do SAJ, essa realidade tornou-se mais latente. Isso mesmo considerando que unidades judiciais dentro de um mesmo tribunal possuem condições de trabalho similares – em termos de recursos humanos, materiais e de carga de trabalho.

Além de questões de perfil profissional, motivação e capacitação, a familiaridade com informática e a adaptabilidade a novos processos transformaram-se em temas centrais da operação e gestão de unidades judiciais. A forma como os usuários se relacionam com os sistemas de gerenciamento dos processos judiciais tornou-se uma vantagem para um Tribunal de Justiça.

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Assim, o SAJ como vantagem competitiva é um diferencial para a Corte paulista. Ele revolucionou o dia-a-dia das varas judiciais. Eliminou rotinas manuais e repetitivas, simplificou procedimentos cartorários e tornou o processo interno de trabalho mais fluido, intuitivo e, principalmente, mais ágil.

Dentro desse contexto, faz-se necessário, uma ação focada na disseminação em larga das melhores práticas e experiências no SAJ. Será o grau de absorção dessas práticas por parte dos usuários que determinará o nivelamento por cima do desempenho das unidades judiciais em um Tribunal.

Essa é a proposta do projeto Justiça Bandeirante, em execução desde 15 de março no TJ de São Paulo. Reconhecendo o bom uso do SAJ como determinante para uma alta produtividade, a metodologia de capacitar os usuários continuamente sobre as melhores práticas do processo digital —usada no projeto 100% Digital —  foi incorporada em todas as capacitações presenciais. Adotou-se a premissa de que, para ser aplicada de forma sistemática e incorporada ao seu dia-a-dia, uma prática ou rotina no sistema precisa ser “abraçada” pelo usuário. Ela tem que fazer sentido para ele.

Para atender a essa constatação, foi construído um catálogo com funcionalidades, recursos e os procedimentos mais críticos no SAJ, ou seja, aqueles que mais impactam na produtividade da vara. A didática dos analistas de campo e do material produzido especificamente para o projeto foca nas demonstrações de:

  • por que a prática é importante? Quais os impactos dela nos indicadores finalísticos do Tribunal e de cada unidade judicial específica;
  • quais ganhoa a prática trará para o dia-a-dia do usuário? Aumentará produtividade, trará “menos dor de cabeça” e “menos stress” (pode ser para o usuário ou para um colega), eliminará retrabalho, minimizará possibilidades de erros?

Ainda dentro do projeto Justiça Bandeirante, estão acontecendo em paralelo com as reciclagens, workshops em todas as dez Regiões Administrativas Judiciais (RAJ) do estado. Até o momento, os workshops já passaram pelas RAJs de Campinas, Ribeirão Preto e Santos. Dentre os mais de 1.500 cartorários do Tribunal que participaram das atividades, 98% reconheceram os ganhos em produtividade propiciados pela melhor prática recomendada das funcionalidades e recursos críticos. E 97% citaram como a replicação do conteúdo e a conscientização dos colegas nas unidades judiciais como ações de engajamento pós workshop.

É esse senso de pertencimento que está sendo arraigado nos colaboradores do TJSP que determinará a elevação dos indicadores de produtividade e celeridade do Tribunal para patamares ainda mais elevados.

Isso fará com que a visão do Tribunal —“ser reconhecido nacionalmente como um Tribunal moderno, célere e tecnicamente diferenciado, tornando-se um instrumento efetivo de Justiça, Equidade e Paz Social” — passe de um desejo abstrato a uma realidade tangível em curto prazo.